A HBO Max anunciou que vai produzir mais uma novela – e mais um remake
Depois de “Dona Beija”, o canal vai investir em “Pai Herói”. A novela de Janete Clair, que foi ao ar em 1979 pela Globo, terá uma nova versão escrita por sua neta, Renata Dias Gomes.
A autora, que morreu há 40 anos, em 1983, teve várias de suas obras adaptadas para a TV, mas nenhuma delas repetiu o êxito das originais.
A única que se destacou um pouco foi “O Astro”, de 2011, que ganhou o Emmy de Melhor Novela e teve uma audiência satisfatória. As outras, tanto na Globo quanto no SBT, foram um fracasso.
A trama, que foi exibida pela Globo em 1979 e bateu recordes de audiência, já esteve na mira do SBT no final dos anos 2010, mas não saiu do papel.
Janete Clair é um dos nomes mais importantes da teledramaturgia, e suas novelas marcaram época. Foram verdadeiros fenômenos de público.
Ela é a dona do recorde de 100% de ibope, alcançado por “Selva de Pedra” (1972). Porém, todas as tentativas de refazer as novelas da Nossa Senhora das Oito – um dos apelidos que a autora recebeu – não deram certo.
É essa a sinopse da radionovela que servirá de inspiração para a HBO Max. Outra exceção é “Direito de Amar“, adaptada por Walther Negrão em 1987, a partir de “A Noiva das Trevas“. A novela de 1987 será reprisada em breve pelo Viva.
Outro exemplo foi "Vende-se Um Véu de Noiva", que resultou em fracasso e queda de audiência para o SBT. Confira!
Embora não tenha sido um sucesso estrondoso de audiência, a meta de Ibope foi alcançada e a Globo acabou por apostar em outras novelas para esse horário.
Não foi um grande êxito mas também não foi um desastre monumental, como as outras tramas. É importante destacar que “O Astro” também recebeu o Emmy Internacional de Melhor Novela.
A história, no entanto, acabou sendo esquecida pelo tempo. Doze anos depois de sua exibição nunca foi reprisada e não costuma ser lembrada, a não ser por ser o último trabalho relevante de Regina Duarte nas novelas e pelas desavenças entre o casal de protagonistas Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz.
Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz em "O Astro" - 2011 (Reprodução - Internet) |
Vende-se Um Véu de Noiva - 2009
Esta mesma premissa serviu como ponto de partida para a trama homônima "Véu de Noiva" (1969) na Rede Globo. A versão apresentada pela Globo obteve enorme sucesso, consolidando a imagem de Regina Duarte na emissora carioca, pois ela era amplamente reconhecida pelo público de São Paulo.
No entanto, a novela veiculada pelo SBT teve uma performance decepcionante em termos de audiência, afetando negativamente a faixa horária. O primeiro episódio da novela alcançou cinco pontos de audiência, posteriormente declinando para 3 pontos. Ao final, sua média ficou em 4 pontos, muito aquém da expectativa inicial de atingir 10 pontos."
Nando Rodrigues e Thaís Pacholek em "Vende-se um Véu de Noiva" - 2009 (Reprodução - Internet) |
Selva de Pedra - 1986
A novela entrou na grade substituindo "Roque Santeiro", um absoluto sucesso exibido no horário nobre das 21h.
A intenção da Globo era manter a ótima performance da novela anterior e, por isso, optou por refazer o estrondoso sucesso de 1972, "Selva de Pedra", conhecido por suas altas audiências.
Entretanto, o dilema da atualização já começou na escolha da protagonista. Diversas atrizes foram consideradas para o papel, incluindo Lucélia Santos, porém, a escolha recaiu sobre Fernanda Torres, estreando como protagonista.
Contudo, essa decisão não se mostrou acertada, uma vez que a atriz não se adaptou ao papel e parecia jovem demais para interpretar Simone Marques/Rosana Reis. O impacto foi tão marcante que Torres nunca mais se envolveu completamente em uma novela.
Walter Avancini (1935-2001) iniciou a direção da trama com uma estética mais intensa, e também propôs a inclusão de um romance lésbico entre as personagens de Beth Goulart e Christiane Torloni. Essa sugestão resultou na saída do diretor da obra, que passou a ter outros dois diretores gerais - Dennis Carvalho e a dupla José Carlos Pieri e Ricardo Waddington.
Walter Avancini (1935-2001) iniciou a direção da trama com uma estética mais intensa, e também propôs a inclusão de um romance lésbico entre as personagens de Beth Goulart e Christiane Torloni. Essa sugestão resultou na saída do diretor da obra, que passou a ter outros dois diretores gerais - Dennis Carvalho e a dupla José Carlos Pieri e Ricardo Waddington.
Considerando a divergência nos índices de audiência da metade dos anos 1980, bem como as metas estimadas pela emissora, é complexo determinar com precisão os números.
No entanto, "Selva de Pedra" foi exibida entre dois fenômenos televisivos: "Roque Santeiro" e "Roda de Fogo". Dentro desse contexto, é considerada a menos aclamada das três. Além disso, não costumava figurar entre as novelas mais assistidas do canal Viva quando foi retransmitida. E, sem dúvida, teve repercussão muito inferior à versão original.
Fernanda Torres, Tony Ramos e Christiane Torloni em "Selva de Pedra" - 1986 (Reprodução - Internet) |
Pecado Capital - 1998
Anunciaram-se os remakes de "Pecado Capital" e "Dancin' Days", porém somente o primeiro projeto saiu do papel.
A expectativa era alta em torno dessa atualização desenvolvida por Glória Perez, que havia sido colaboradora de Janete.
Contudo, a audiência não correspondeu às expectativas, diminuindo em dois pontos a meta estabelecida para o horário, que era de 30 pontos.
Adicionalmente, surgiram desavenças públicas entre Carolina Ferraz e Francisco Cuoco, o que demandou intervenção da emissora, resultando na escalação de Vera Fischer como par romântico de Cuoco.
Além disso, a versão de 1998 da trama esteve cotada duas vezes para uma possível reexibição no canal Viva.
Além disso, a versão de 1998 da trama esteve cotada duas vezes para uma possível reexibição no canal Viva.
Entretanto, os telespectadores se opuseram a essa ideia, impedindo as retransmissões.
Como resultado, a novela nunca foi reexibida até o momento e há especulações sobre a possibilidade de ser incluída no catálogo do Globoplay.
Francisco Cuoco e Carolina Ferraz em "Pecado Capital" - 1998 (Reprodução - Internet) |
Irmãos Coragem (1995)
Em 1995, para celebrar seus 30 anos, a Globo decidiu produzir uma nova versão da trama criada por Janete Clair. Entretanto, o erro estratégico começou já na data de estreia, em 02/01.
Tradicionalmente, a emissora evita lançar novelas durante o período das festas de fim ou início de ano, por considerar que não é o momento ideal para tal. Além disso, a trama, originalmente adequada para o horário das 20h, mostrou-se deslocada para as 18h.
O enredo de embates no estilo bangue-bangue não se encaixou bem nessa faixa horária, que costuma ser mais receptiva a tramas românticas e leves. A audiência média da novela foi de 32 pontos, contrastando com os 39 pontos da novela antecessora, "Tropicaliente", e os 35 pontos da sucessora, "História de Amor".
O enredo de embates no estilo bangue-bangue não se encaixou bem nessa faixa horária, que costuma ser mais receptiva a tramas românticas e leves. A audiência média da novela foi de 32 pontos, contrastando com os 39 pontos da novela antecessora, "Tropicaliente", e os 35 pontos da sucessora, "História de Amor".