Remake de ‘Pai Herói’ é a nova aposta da HBO Max. Nenhuma outra novela de Janete Clair que ganhou nova versão fez sucesso. Confira!

A HBO Max anunciou que vai produzir mais uma novela – e mais um remake


Depois de “Dona Beija”, o canal vai investir em “Pai Herói”. A novela de Janete Clair, que foi ao ar em 1979 pela Globo, terá uma nova versão escrita por sua neta, Renata Dias Gomes. 

Tony Ramos e Elizabeth Savala em "Pai Herói" - 1979
Tony Ramos e Elizabeth Savala em "Pai Herói" - 1979 (Reprodução - Internet)

A autora, que morreu há 40 anos, em 1983, teve várias de suas obras adaptadas para a TV, mas nenhuma delas repetiu o êxito das originais. 

A única que se destacou um pouco foi “O Astro”, de 2011, que ganhou o Emmy de Melhor Novela e teve uma audiência satisfatória. As outras, tanto na Globo quanto no SBT, foram um fracasso.

Janete Clair completou 40 anos de falecimento no dia 16. E, nesta mesma semana, a HBO Max confirmou que vai fazer um remake de um dos seus maiores sucessos, a novela “Pai Herói“, que será assinada pela sua neta Renata Dias Gomes. 

A trama, que foi exibida pela Globo em 1979 e bateu recordes de audiência, já esteve na mira do SBT no final dos anos 2010, mas não saiu do papel. 

Janete Clair é um dos nomes mais importantes da teledramaturgia, e suas novelas marcaram época. Foram verdadeiros fenômenos de público. 

Ela é a dona do recorde de 100% de ibope, alcançado por “Selva de Pedra” (1972). Porém, todas as tentativas de refazer as novelas da Nossa Senhora das Oito – um dos apelidos que a autora recebeu – não deram certo.

As únicas histórias que funcionaram foram aquelas em que ela mesma adaptou uma radionovela sua para a TV – como é o caso de “Pai Herói”, baseada em “Um Estranho na Terra de Ninguém” transmitida pela Rádio Nacional em 1958. 

É essa a sinopse da radionovela que servirá de inspiração para a HBO Max. Outra exceção é “Direito de Amar“, adaptada por Walther Negrão em 1987, a partir de “A Noiva das Trevas“. A novela de 1987 será reprisada em breve pelo Viva.

Cinco novelas de Janete Clair foram refeitas e exibidas na TV. A mais bem sucedida talvez tenha sido a nova versão de “O Astro“, que teve repercussão, consolidou o horário das onze e levou o Emmy de Melhor Novela, embora não tenha sido um estouro de audiência. As demais, incluindo uma produzida pelo SBT, afundaram.

“Pecado Capital” teve uma forte briga entre os protagonistas Carolina Ferraz e Francisco Cuoco, que levou à criação de uma nova personagem para ser o par romântico dele – e que não existia na versão original. 

Em 1986, a segunda versão de "Selva de Pedra" recebeu duras críticas pela sua modernização, seja por sugerir um romance entre duas personagens femininas, ou pela escolha de Fernanda Torres como protagonista. Essa experiência foi tão desfavorável que Torres nunca mais se envolveu completamente em uma novela.

"Irmãos Coragem" também enfrentou diversos problemas, incluindo questões conceituais. Luiz Fernando Carvalho abandonou a novela no meio da trama, motivado tanto pelo seu envolvimento em "O Rei do Gado" quanto pela insatisfação do marido de Janete, Dias Gomes (1922-1999), e do adaptador da nova versão, Marcílio Moraes. 

Outro exemplo foi "Vende-se Um Véu de Noiva", que resultou em fracasso e queda de audiência para o SBT. Confira!

Francisco Cuoco e Carolina Ferraz em "Pecado Capital" - 1998
Francisco Cuoco e Carolina Ferraz em "Pecado Capital" - 1998 (Reprodução - Internet)

O Astro - 2011

Entre as novelas adaptadas depois da morte de Janete Clair, talvez a versão de “O Astro“, escrita por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro seja a mais bem sucedida.

Embora não tenha sido um sucesso estrondoso de audiência, a meta de Ibope foi alcançada e a Globo acabou por apostar em outras novelas para esse horário. 

Não foi um grande êxito mas também não foi um desastre monumental, como as outras tramas. É importante destacar que “O Astro” também recebeu o Emmy Internacional de Melhor Novela. 

A história, no entanto, acabou sendo esquecida pelo tempo. Doze anos depois de sua exibição nunca foi reprisada e não costuma ser lembrada, a não ser por ser o último trabalho relevante de Regina Duarte nas novelas e pelas desavenças entre o casal de protagonistas Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz.

Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz em "O Astro" - 2011
Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz em "O Astro" - 2011 (Reprodução - Internet)

Vende-se Um Véu de Noiva - 2009

Fruto da adaptação realizada por Íris Abravanel e inspirada na rádio-novela de mesmo nome, "Vende-se um Véu de Noiva" foi transmitida pelo SBT no ano de 2009. 

Esta mesma premissa serviu como ponto de partida para a trama homônima "Véu de Noiva" (1969) na Rede Globo. A versão apresentada pela Globo obteve enorme sucesso, consolidando a imagem de Regina Duarte na emissora carioca, pois ela era amplamente reconhecida pelo público de São Paulo. 

No entanto, a novela veiculada pelo SBT teve uma performance decepcionante em termos de audiência, afetando negativamente a faixa horária. O primeiro episódio da novela alcançou cinco pontos de audiência, posteriormente declinando para 3 pontos. Ao final, sua média ficou em 4 pontos, muito aquém da expectativa inicial de atingir 10 pontos."

Nando Rodrigues e Thais Pacholek em “Vende-se um Véu de Noiva” - 2009
Nando Rodrigues e Thaís Pacholek em "Vende-se um Véu de Noiva" - 2009 (Reprodução - Internet)

Selva de Pedra - 1986

"Exibida em 1986, o remake de "Selva de Pedra" experimentou um desafio típico da 'maldição da sucessora'. 

A novela entrou na grade substituindo "Roque Santeiro", um absoluto sucesso exibido no horário nobre das 21h. 

A intenção da Globo era manter a ótima performance da novela anterior e, por isso, optou por refazer o estrondoso sucesso de 1972, "Selva de Pedra", conhecido por suas altas audiências. 

Entretanto, o dilema da atualização já começou na escolha da protagonista. Diversas atrizes foram consideradas para o papel, incluindo Lucélia Santos, porém, a escolha recaiu sobre Fernanda Torres, estreando como protagonista. 

Contudo, essa decisão não se mostrou acertada, uma vez que a atriz não se adaptou ao papel e parecia jovem demais para interpretar Simone Marques/Rosana Reis. O impacto foi tão marcante que Torres nunca mais se envolveu completamente em uma novela.

Walter Avancini (1935-2001) iniciou a direção da trama com uma estética mais intensa, e também propôs a inclusão de um romance lésbico entre as personagens de Beth Goulart e Christiane Torloni. Essa sugestão resultou na saída do diretor da obra, que passou a ter outros dois diretores gerais - Dennis Carvalho e a dupla José Carlos Pieri e Ricardo Waddington. 

Considerando a divergência nos índices de audiência da metade dos anos 1980, bem como as metas estimadas pela emissora, é complexo determinar com precisão os números. 

No entanto, "Selva de Pedra" foi exibida entre dois fenômenos televisivos: "Roque Santeiro" e "Roda de Fogo". Dentro desse contexto, é considerada a menos aclamada das três. Além disso, não costumava figurar entre as novelas mais assistidas do canal Viva quando foi retransmitida. E, sem dúvida, teve repercussão muito inferior à versão original.

Fernanda Torres, Tony Ramos e Christiane Torloni em "Selva de Pedra" - 1986
Fernanda Torres, Tony Ramos e Christiane Torloni em "Selva de Pedra" - 1986 (Reprodução - Internet)

Pecado Capital - 1998

No ano de 1998, a Globo, sob a direção de Marluce Dias da Silva, planejou realizar alguns remakes de obras clássicas para o horário das 18h. 

Anunciaram-se os remakes de "Pecado Capital" e "Dancin' Days", porém somente o primeiro projeto saiu do papel. 

A expectativa era alta em torno dessa atualização desenvolvida por Glória Perez, que havia sido colaboradora de Janete. 

Contudo, a audiência não correspondeu às expectativas, diminuindo em dois pontos a meta estabelecida para o horário, que era de 30 pontos. 

Adicionalmente, surgiram desavenças públicas entre Carolina Ferraz e Francisco Cuoco, o que demandou intervenção da emissora, resultando na escalação de Vera Fischer como par romântico de Cuoco.

Além disso, a versão de 1998 da trama esteve cotada duas vezes para uma possível reexibição no canal Viva. 

Entretanto, os telespectadores se opuseram a essa ideia, impedindo as retransmissões. 

Como resultado, a novela nunca foi reexibida até o momento e há especulações sobre a possibilidade de ser incluída no catálogo do Globoplay.

Francisco Cuoco e Carolina Ferraz em "Pecado Capital" - 1998
Francisco Cuoco e Carolina Ferraz em "Pecado Capital" - 1998 (Reprodução - Internet)

Irmãos Coragem (1995)

A versão original de "Irmãos Coragem", exibida em 1970, mantém-se como uma novela amplamente elogiada até os dias atuais. Após 53 anos desde sua exibição original, conforme informação exclusiva do diretor da plataforma, Erick Brêtas, em breve estará disponível no Globoplay. 

Em 1995, para celebrar seus 30 anos, a Globo decidiu produzir uma nova versão da trama criada por Janete Clair. Entretanto, o erro estratégico começou já na data de estreia, em 02/01. 

Tradicionalmente, a emissora evita lançar novelas durante o período das festas de fim ou início de ano, por considerar que não é o momento ideal para tal. Além disso, a trama, originalmente adequada para o horário das 20h, mostrou-se deslocada para as 18h.

O enredo de embates no estilo bangue-bangue não se encaixou bem nessa faixa horária, que costuma ser mais receptiva a tramas românticas e leves. A audiência média da novela foi de 32 pontos, contrastando com os 39 pontos da novela antecessora, "Tropicaliente", e os 35 pontos da sucessora, "História de Amor".

Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo em "Irmãos Coragem" - 1995
Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo em "Irmãos Coragem" - 1995 (Reprodução Internet)

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